Ah!… mas não são verdes

11 Dezembro, 2013

gbt

Ah! São botas, não são verdes mas, o forro das mesmas pode ser… verde, vermelho, azul ou amarelo. O nome é esverdeado, Green Boots, o fabrico é 100% português e o conceito uma mistura de tradicional e artesanal com toques de inovação que ajudam a elevar as típicas botas de trabalho rústico a um patamar nunca antes alcançado.

Os pés dos pastores e dos agricultores usam-nas com farta frequência. Sempre foram matéria de trabalho e nunca de moda. Agora, fazem parte de um mundo fashion que percorre o mundo (Rússia, Itália, Reino Unido, clientes líderes estrangeiros) e já não pisam apenas terra molhada, feno, estrume, ribeiros, pisam também asfalto, calçada, neves nórdicas, estradas citadinas, outras nações.

As botas que eu sempre via expostas na sapataria do Pardalejo, em Pinhel, lá continuam. Comprei umas o ano passado. Lá fui eu bater à porta de casa do Pardalejo para me poder abrir a loja (era Domingo), mas ali é assim, toda a gente se conhece e as “portas” são mais acessíveis, estão sempre abertas. Há um ano atrás não imaginaria que estas botas, cozidas à mão e de sola de pneu, ganhassem um espaço de relevo, que alguém lhes pudesse dar um “empurrão” e as projectasse além fronteiras.

Perceber que o tradicional nem sempre se torna obsoleto, ultrapassado e que o mesmo pode ser um ponto de partida para algo inovador, é uma forma importante de nos darmos conta do valor e do potencial que determinados produtos mais esquecidos têm. Por vezes basta um olhar “fresco”, renovado sobre as nossas próprias coisas para que possa surgir uma nova marca, algo transformado e que permita perpetuar tradições, arte, artesãos.

A Green Boots é prova disso.

(Texto: Raquel Félix/ Portugalize.Me)