As coisas que se perdem…

17 Março, 2012

Portugalize.Me_enquenoqueninhos

Eram os “enquenoqueninhos”, os bolos que a minha avó paterna fazia.

Cheios de açúcar e canela por fora, fofos, muito fofos por dentro. Tomaria um bom pequeno-almoço de “enquenoqueninhos” hoje ou talvez amanhã.  Ligariam muito bem no meio de um, tão na moda, brunch.

Quando via a farinha Branca de Neve e todos os ingredientes necessários em cima da mesa da cozinha da minha avó, era o dia!

Mas os “enquenqueninhos” perderam-se.

A avó Maria “Cagula” (que é como quem diz, com a gula porque estava sempre a comer e a cozinhar, por adorar comida) ficou velhinha demais, o tempo levou-a e os bolos perderam-se com ela. A receita não ficou escrita, ela não sabia ler nem escrever.

As coisas que se perdem são reavidas e revividas pela sabor da memória, mas os “enquenoqueninhos”…

A minha memória não reteve a receita deste tesouro (era muito pequena), mas certamente não me irei esquecer deles e muito menos da Ti Maria “Cagula”.

(Texto e imagem: Raquel Félix/ Portugalize.Me)