Barcos no ar

25 Março, 2013

Lisboa merece a pena ser olhada de novo. Para além dos problemas do dia-a-dia, esta cidade esconde pequenos detalhes que nos surpreendem, se deixarmos.

Aqui há dias, andava eu rua fora a fazer recados de um lado para o outro, olhei para cima e vi um barco em cima de um prédio. Estaquei, sem palavras, a olhar para o cimo daquele edifício. Cá em baixo, os transeuntes seguiam o seu caminho, sem reparar naquele detalhe. Talvez já seja normal para quem cá vive, ou para quem não esteve fora. Para mim, de olhar fresco pousado nesta cidade que ainda me parece fértil em surpresas, e tendo já vivido noutras que não eram partidárias de barcos em cima das torres, este momento foi uma alegria no meu dia.

Estaria enganado quem pensasse que prefiro andar de cabeça no ar que de pés assentes na terra. Nada disso. Prefiro andar de cabeça no ar e os pés firmemente apoiados no chão. Na minha realidade, escolho procurar o bonito, o diferente, o único. Para as preocupações, já temos tudo o resto.

Por isso, queridos leitores, gostaria de vos pedir que partilhassem aqui os barcos que encontrarem em cima dos edifícios das vossas cidades; barcos reais ou figurados. Refiro-me aos pequenos detalhes que a vossa cidade parece oferecer um dia, pela primeira vez, precisamente no dia em que vocês decidem olhar para cima e voar, ainda que com os pés bem assentes na terra. Contem-me o que viram lá em cima e como o vosso dia-a-dia vos surpreendeu. Quero saber.

(Texto e imagem: Ana Isabel Ramos)