De volta

23 Julho, 2012

A primeira semana em Portugal tem sido de enamoramento. Melhor, de reenamoramento. Lisboa continua linda, aliás, está ainda mais bonita do que aquilo que recordava.

Foi uma delícia poder caminhar em passeios, à sombra das árvores; ver ciclistas pela cidade, a ir para o trabalho de manhã; entrar numa loja, ser bem atendida e poder entabular uma conversa, pedir uma recomendação ou perguntar onde posso encontrar um alfinete para tricot. É uma enorme alegria ver a minha cidade cheia de turistas, de novos cafés e restaurantes bonitos, bem desenhados, com produtos nossos.

Como podem perceber, o enlevo é grande. A cidade está de facto muito bonita, com espaços lindos e esplanadas com vistas maravilhosas. Os serviços melhoraram muito durante a minha ausência, ou então o meu standard desceu após estes anos no Panamá.

Noutro dia, no táxi, vinha em grande conversa com o taxista, que me perguntava, com muito humor, porque é que ia para casa tão “cedo” – e mal sabia ele dos meus horários tropicais. Sendo que uma das minhas actividades favoritas é meter conversa com taxistas – algo praticamente impossível lá pelas “minhas” bandas – eu vinha feliz e a viagem não demorou nada.

Vinda do Panamá, chego a Lisboa e vejo passeios nas ruas; pessoas que respondem às minhas perguntas e que não dizem que sim quando claramente não; os táxis têm taxímetro e existem transportes públicos; o metro chega ao aeroporto (finalmente e parabéns!); nas lojas sou atendida com correcção e cordialidade; os automobilistas param nas passadeiras e não me lançam insultos por ousar atravessar a estrada; passo entre operários na rua e não ouço os tão odiados piropos; nos correios, com as minhas sobrinhas, os funcionários brincam com elas e explicam-lhes, detalhadamente, como é que as cartas vão parar ao seu destino.

Que dizer? Esta é a minha cidade e este é o meu país. Com muito orgulho.

(Texto: Ana Isabel Ramos)