O que esperar do filme “A Gaiola Dourada”?

1 Agosto, 2013

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O que esperar do filme “A Gaiola Dourada“?

O sucesso do filme já está garantido pelos mais de um milhão de espectadores que passaram pelas várias salas francófonas de Bélgica, Luxemburgo, Suiça e França, locais de eleição de uma emigração passada. Falta Portugal e a expectativa é grande.

A ideia do filme emociona por si, porque se por um lado reaviva a memória de um Portugal dos anos 60/70 que viu partir muitos pais, mães e filhos, reafirma-a por outro, por continuarmos a ser eternos “migrantes” de um mundo em reboliço. Sempre fomos assim, aventureiros migrantes, sempre fez parte da nossa história o termos de sair do nosso pequeno país. O lá fora foi-nos puxando ao longo de séculos, por necessidade, curiosidade, oportunidade, aventura…

É raro não encontrar um português com um familiar migrante, digo migrante por ser um fluxo do qual se espera um regresso e nesse regresso, um português é sempre mais qualquer coisa, é também francês, belga, africano, brasileiro e traz essa riqueza consigo.

Mais do que pensar no estereotipo que o filme possa reforçar (também somos isso e digo-o sem crítica depreciativa), na minha expectativa (porque ainda não vi o filme), ele vem dar imagem e voz a uma linhagem de portugueses que ousaram sair, que ousaram ir. Mas o regresso está sempre eminente.

Al Berto escreveu: “… o verdadeiro fugitivo não regressa, não sabe regressar…”, os portugueses nunca foram fugitivos do seu país porque têm a arte do “regresso”.

Mais logo irei ver esse “regresso” sonhado pelo Ruben Alves.

(Texto: Raquel Félix/ Portugalize.Me)