O viajante quer regressar

20 Novembro, 2013

 

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Al Berto (poeta português) escreveu: “… o verdadeiro fugitivo não regressa, não sabe regressar…“, mas o verdadeiro viajante regressa, sabe regressar e com ele trazer a riqueza do que viu, sentiu, experimentou. Mais tarde voltará a “fugir” para que possa regressar porque é deste movimento que nasce a descoberta, o conhecimento de territórios e culturas que nos são mais distantes (não necessariamente longe).

Saber chegar é tão importante como saber regressar.

A editora Foge Comigo, é um convite aberto e fugaz ao deixar-se ir. Consegue imaginar alguém a pedir-lhe: “… anda, foge comigo!”… fantasia da ida imediata, lugar romântico da fuga perfeita, idealização máxima de “um amor e uma cabana” ou dos que desejam o acto mágico de um ressurgimento algures num lugar de sossego e de paisagens de cortar a respiração?

“Se fugires comigo eu levo-te até lá, até esse lugar.”

A primeira viagem da Foge Comigo leva-nos até às Aldeias do Xisto, lugares no coração de Portugal, centro nevrálgico e esquecido do nosso país. A crueza das montanhas dá a estas paragens um ar idílico. As casas de pedra (identidade major e irrefutável destas Aldeias) acolhem e dão guarda aos que por ali passam. Os habitantes são cada vez menos, mas os poucos que ficam, com a sua natural forma de saber receber, conseguem aquecer a alma aos viajantes com simpatia, sabores, histórias.

A Foge Comigo quer-se, simultaneamente, um projecto editorial e de desenvolvimento local com o objectivo de trazer mais alento e movimento às zonas menos expostas do nosso país (trazer para o exterior um interior esquecido e dono de uma riqueza inimaginável).

Uma forma diferente de editar guias turísticos, de fugir, de ir e de regressar.

(Texto: Raquel Félix/ Portugalize.Me; Imagens: Foge Comigo)