Em verdade vos digo que, quem vê caras não vê corações! E o mesmo pode aplicar-se a lugares, sítios… olhamos e a coisa não prende logo à primeira, não cativa ou partimos de pressupostos precipitados e por vezes errados… “é mais um entre tantos… é aquilo… é aqueloutro…”.
Olhar, não é ver. Olhar, não é saber.
Para se conhecer o dom do Chef Eduardo Guerreiro é preciso ir para além do olhar, ir a fundo, entrar no seu território, ver, experimentar, degustar e lamber os dedos até não sobrar mais sabor. Ele é conhecido como o pai do sushi alentejano, o inventor de uma fusão inesperada e que muitos já reproduzem por ai (atenção que este é que é o verdadeiro, digam o que disserem).
A casa, é o Pampas Burger, cujo nome não faz jus ao que ali dentro se passa. E não, não é mais uma casa de hambúrgueres entres tantas, é mais uma, mas diferente de todas.
Olhar, não é ver. Olhar, não é saber.
O Pampas Burger é um laboratório de comida onde os ingredientes portugueses falam mais alto (o conceito do Eddy’s Kitchen – Primeira Sinfonia foi levado para o Pampas Burger). Um verdadeiro território das experiências do Mê Sushi (o sushi alentejano), do Sushi Fandango (baseado em alimentos típicos da culinária ribatejana, especialmente em peixes como a fataça ou o robalo), da hamburganheira e da hamburgalheira do Chef Eduardo Guerreiro (há tanta coisa boa para provar).
Mas o Chef Eduardo consegue dar mais aos seus fregueses, dá uma voz do Alentejo, uma Isabel Almaça de Moura que entoa ritmos de um Zeca Afonso, de um Rui Veloso, Jorge Palma… por vezes rasga a sala com um sambinha, uma bossa nova ou uma inesperada canção tradicional alentejana (tem sido assim, todas as quartas à noite).
Criado o ambiente perfeito podemos todos dizer que, depois da barriga ficar bem alimentada, o espírito pode enfim descansar de mais um dia de trabalho, depois de tão gostosa experiência.
(Texto: Raquel Félix – Portugalize.Me/ Imagens:1. DN Gente, 2. Raquel Félix, 3. Frederico Lino Martins)
