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Quem diz que tudo já foi inventado ou anda muito distraído ou perdeu a capacidade de se espantar com os pormenores da vida!

A invenção não se encerra apenas na sua criação, no seu nascimento (parte inicial de um processo que se pretende longo, até mesmo infinito porque inacabado). A criação transcende-se quando interpretada por terceiros. Desta forma ela reinventa-se, alcança outros patamares, outras funcionalidades.

Gosto de pensar assim, de sentir isto face a todas as coisas, de não ficar pelo reduto da aparência e da rigidez da primeira função dada à coisa. Tenho um “quê” de surrealista em mim, um questionar e um reinterpretar constante face a tudo, a todos. O que se é pode muito bem não se ser ou ser-se outra coisa até!

As coisas inerentes à nossa portugalidade têm vindo a sofrer transformações, novas interpretações e não apenas por portugueses, factor que amplia o devido reconhecimento das nossas “invenções”. Os azulejos portugueses são um exemplo vivo deste novo olhar, lançado por um tal de Sr. Surrealejos (diz-se na praça que é italiano).

Padrões que misturam elementos típicos portugueses, como a sardinha, o eléctrico 28 ou até o galo, com elementos inconscientes do seu criador, fazem do azulejo outra coisa qualquer! Um azulejo que não é um azulejo, é um sonho!

Surrealejos faz dos azulejos telas vivas de si, da sua interioridade, resignificando-os. Os pormenores são de espantar! Espante-se!

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(Texto: Raquel Félix – Portugalize.Me/ Imagens: Surrealejos)