Ser pequeno dá-nos margem, espaço, amplitude. Faz de nós aprendizes ávidos, exploradores astutos, inventores arrojados. Pudéssemos nós preservar para sempre toda a coragem e a aventura inerentes à infância, a esta coisa de se ser pequenino mas de se desejar ser grande, ser mais além sem nunca perder de vista o que se é.
Há uma capacidade regeneradora e reparadora constantes que fazem das feridas nos joelhos, dos bibelots partidos e da roupa rasgada pelas brincadeiras, parecerem uma trivialidade, uma coisa simples e bem encaixada do dia a dia.
Pudéssemos nós usufruir mais dessa trivialidade apaziguadora para que nos fosse mais fácil seguir em frente, procurar caminhos, erguer projectos, inventar soluções, sermos mais persistentes.
Talvez tenha sido assim com a Mónica Duarte quando reinventou com a mãe o atelier de costura da família (três gerações fazem parte da história deste lugar) ao perceber em si a necessidade de aventura, ao arriscar ir mais além para que um negócio e um conhecimento de gerações não se perdesse no frenesim dos tempos que correm.
E nasce a Popeline, marca de roupa portuguesa por medida para crianças dos 12 meses aos 12 anos. Os tecidos foram rigorosamente escolhidos para a nova colecção Primavera/ Verão (as popelines, os algodões sedados, as malhas, os piquet, 100% nacionais). A lezíria Ribatejana serviu-lhe de inspiração partilhando connosco um quadro de frescura e liberdade.
Pudéssemos nós ser mais como a Mónica e a sua mãe, pudéssemos nós preservar um pouco mais da aventura destemida da pequenada.
(Texto: Raquel Félix – Portugalize.Me/ Imagens: Popeline)