(Pintura Carlos Farinha – Nunca é tarde para amar – 2007)
Na semana passada falei sobre o “glamour” da emigração, ou a falta dele. Esta semana, quero falar-vos de algo que aprendi nesta vida de imigrante na América Latina.
Vivi em Buenos Aires entre 2007 e 2010, anos em que o país se recuperou da crise política, financeira e social que, no início da década, lançou a Argentina num buraco e que deixou atrás de si um rasto de pobreza e miséria pelo país.
Apesar da recuperação económica, do crescimento e da pujança do país, sempre que falava com amigos argentinos percebia que eles não tinham a menor confiança nem em bancos nem nas instituições do Estado. Para um argentino, a polícia não faz o seu trabalho; a justiça é lenta e corrupta e a educação pública, regra geral, não é boa. Esta é a opinião de muitos argentinos, que sabem que não podem contar com um subsídio de desemprego caso fiquem sem trabalho, nem com uma reforma no fim da vida activa.
O argentino – esta é uma generalização, claro – não espera nada do Estado, e por isso agarra o destino nas suas próprias mãos.
No seguimento da crise os argentinos dedicaram-se à micro-iniciativa. E assim proliferaram, por Buenos Aires e outras cidades do interior, pequenos negócios, cafés, galerias independentes, cooperativas. Do Estado não esperaram ajudas, simplesmente levantaram-se do tombo, arregaçaram mangas e seguiram em frente, por um caminho diferente ao inicialmente imaginado.
Em 2007 assisti a uma conferência dada por um rapaz mais novo que eu, que contava como nascera a sua revista. Lembro-me de dizer, muito claramente, que se não tivesse sido pela crise jamais a teria lançado. Hoje, a revista G7 é um barómetro cultural do país e é um dos muitos casos de negócios bem sucedidos que nasceram das cinzas de 2001.
E foi isto que aprendi com os argentinos: não há que esperar nada do Estado, há que seguir em frente. O importante é lançar novos projectos, falhar em quantos for necessário até ter êxito, adaptar-se às circunstâncias e lutar sempre.
Gosto de pensar, apesar de tudo, que no nosso país a justiça, a saúde e a educação públicas ainda funcionam, apesar de todas as dificuldades e deficiências que têm.
Mas ainda há muito que mudar na nossa maneira de pensar: temos de deixar de esperar que o incentivo venha de cima. A iniciativa tem de partir de nós, quer seja para fazer uma sugestão para melhorar o funcionamento das Finanças ou do Centro de Saúde da nossa área de residência; para apanhar do chão o papel que alguém deitou e que suja o passeio da nossa cidade; para abordar um potencial cliente com uma proposta de colaboração.
(Texto: Ana Isabel Ramos)
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